Test Drive BMW 520D twin turbo 190 cv de 2016: Bom e sem surpresas.

Combustível
Motor
Transmissão
Tração
Valor Comercial
Cidade Km/L
Estrada Km/L
OVERALL RATING 2.5 of 5.0
  • Performance
    1 of 5.0
  • Conforto
    2 of 5.0
  • Interior
    3 of 5.0
  • Exterior
    4 of 5.0
webmaster
0

Este artigo não traz nada de novo, mas isso é bom.
O BMW 520D twin turbo de 190 cv de 2016: bom e sem surpresas.

Este artigo bem podia começar com um “click bait”, como agora se usa. Para quem não costuma ligar a estas coisas da net, um “click bait” é um daqueles títulos gongóricos e espalhafatosos que provoca surpresa, estupefacção e uma vontade incontrolável de ler imediatamente a explicação, normalmente encerrada dentro de um modesto link “para saber mais, clique aqui.”Daí o nome, isco de cliques. Mas este artigo é sobre um BMW 520D, de 2016. Quase novo, mas não é surpresa no mercado. E o automobilista que escolhe um veículo destes não abre click baits.

Este BMW 520D é para quem não deseja grandes surpresas. É para quem quer um valor seguro, um carro em que possa confiar e que mostre a todos que também ele é um valor seguro e em quem podem confiar.

Portanto, neste artigo não haverá surpresas. Quem venha aqui à procura de ser convencido sobre os fabulosos atributos do veículo em análise, perde o seu tempo (e deve ter estado fora, ou já saberia). Não há aqui nada de revolucionário para contar: o BMW 520D não precisa de descrições inflamadas, porque é um excelente carro. Esta banalidade que acaba de ler já você sabia. O resto também já sabe, mas vamos lá enumerar todas as coisas que já lhe contaram, já viu ou estão à vista. Isto não é propriamente jornalismo de investigação…

Um bom carro sem esforço.

Este carro é sólido. É um BMW. É Alemão. Bem construído, com materiais duráveis, folgas mínimas. É um carro que aguenta muito mais que o típico pontapé na parede do pneu dianteiro “Boa máquina, pá!” com que o pessoal lá do bairro avalia normalmente os carros. Há outros alemães, certo, também de tracção traseira, com comportamento e pisar nobre, mas hoje em dia parece que a Mercedes quer ser tudo para todos e tentar escolher qualquer coisa da sua vastíssima gama arrisca-se a ser tarefa infindável. Ter um Mercedes é, nestes tempos, apenas uma introdução do assunto a debater: pode ser um A, um B, um C ou toda a faculdade de letras, um táxi ou uma furgoneta, um autocarro ou uma “solução de mobilidade”. Enquanto  um BMW, lá está, é algo tangível e concreto. Os carros da marca são, por definição, coupés, berlinas ou carrinhas de tracção traseira, prestígio e sobriedade, vocação desportiva e que proporcionam prazer de condução. Como este BMW 520D. Haverá excepções na gama do construtor, mas esta não é uma delas.

Quem considera a escolha de um BMW série 5 quer um produto tradicional. E agora que a tradicional arrogância germânica é mais patente na Audi, escolher um BMW fica mais fácil.

Desempenho, consumo, tecnologia, conforto: tudo em bom.

É uma boa máquina, mesmo se o motor tem uma cilindrada relativamente pequena para um veículo familiar. O facto de ser diesel biturbo com uma dose cavalar de binário (400 Nm), garante que não vai andar a pedir licença para ultrapassagens. Há umas vibrações na carroçaria e uns gemidos em mau piso a lembrar que sim, é verdade que poderia ser mais rígido e o motor podia ser maior. Mas só vai notá-los se a sua vida precisar tanto de excitação ao volante que leve este carro para sítios ou velocidades onde seja justo que ele se queixe. Normalmente, se precisar de grandes emoções ao volante, basta mudar da Smooth FM para a Rádio Comercial. De resto, não vai irritar-se com nada que se passe da rua para dentro do carro: tudo funciona bem, como esperado, com cada sólido botão ou alavanca a realizar a função desejada calma e eficientemente. Há umas patilhas no soberbo volante M para mostrar que pode exercer a sua vontade soberana, mas deixe-as estar sossegadas que a caixa automática de 8 velocidades sabe o que está a fazer, em qualquer um dos 3 modos: eco pro, confort e sport. Se quiser brincar, pode…

Há também um painel de instrumentos totalmente digital, fácil de ler por sinal. É uma modernice simpática, mas se já viu um smartphone não é este tipo de tecnologia que vai deixá-lo de cara à banda. Está lá apenas porque era a opção mais eficiente para agregar todas as muitas informações dos muitos acessórios, dispositivos e zingarelhos vários que o BMW 520D tem para facilitar a condução e mimá-lo ou entretê-lo durante o processo. O que significa, neste caso, GPS, ar condicionado automático, ligação bluetooth BMW Connect Drive e um bom sistema áudio, mais uma série de apitos e luzes, câmaras e uma longa lista de acessórios electrónicos controlados pelo cada vez melhor sistema iDrive. Se da rua para dentro tudo está sob controlo, bem sentado nos ergonómicos e amplos assentos revestidos com pele de excelente qualidade (pele Dakota, diz a BMW), defendido pela carroçaria que passou os teste Euro NCAP com 5 estrelas e rodeado de airbags (são 8 no carro todo), do lado de fora também parece tudo melhor: o conforto e a insonorização a bordo geram alguma complacência para com os outros utilizadores da estrada. Ficamos em paz com o mundo e isso é uma excelente ajuda no trânsito e na vida em geral.

Andamento sem surpresas – o que só podia ser bom.

O BMW 520D não é necessariamente para correrias – não porque não possa, que os 190 CV não andam lá só a pastar – mas porque até os espíritos inquietos encontram aqui sossego. É claro que se um espírito inquieto precisa de estar em Viseu daqui a duas horas, este BMW 520D é máquina capaz de levá-lo lá de forma expedita e com um mínimo de alvoroço (para não alertar as autoridades).

Tudo isto é possível porque os mais de 1500Kg de automóvel são empurrados para a frente (e não puxados, pormenor importante para quem aprecia a tracção traseira) com muita desenvoltura pelos tais 190 cavalos, ajudados por dois turbos (tecnologia twin turbo) e geridos por uma caixa automática de 8 velocidades. Esta combinação diesel algo frugal é responsável pelos consumos que não são nada de disparatado, muito pelo contrário: espere 5 ou 6 litros aos 100 Km, dependendo do número do seu sapato. Não é revolucionário, mas funciona. A BMW já tem esta série 5 há uns anos e tem limado todas as arestas para garantir que um dos seus veículos mais emblemáticos continue competitivo face à concorrência. Por isso mesmo, este carro de 2016 promete uma certa paz de espírito quanto a manutenção e eventuais avarias: tudo o que há aqui que pudesse ter corrido mal já teve tempo de se manifestar. O que não foi o caso – a experiência é um posto, e a qualidade geral da marca uma garantia de que não haverá surpresas.

 

Um chocolate no fim

Portanto, não há aqui nada de muito relevante: é um bom carro, funciona bem, é espaçoso e confortável, não gasta muito e tem bom desempenho. Tudo o que se esperava de um BMW 520D. Um familiar de prestígio sem surpresas, sem “click baits” nem modernices descabidas. Apenas um carro sólido, sóbrio, bem evoluído. Não era isto que queria de um BMW?

Se queria uma surpresa, comprasse um ovo kinder.

Não tem surpresas
Motor elástico e disponível, com bons consumos
Bom nível de equipamento
Requinte com pele Dakota e volante M
Durabilidade e valor seguro
Não é surpreendente
Rigidez e transmissão de vibrações ao habitáculo
Motorização 4 cilindros base da gama

Pode encontrar este e outros modelos série 5, usados e com garantia na BMW – Aníbal Carvalho e Filhos
Ou aqui.

 

MM (Miguel Monteiro)

#thecaradviser

Autor
webmaster